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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Capoeira - Educação Física


Capoeira: Um Breve Histórico

            Quando falamos em origem da Capoeira, muitas são as controvérsias, principalmente devido à carência de referenciais históricos, pois em 15 de Novembro de 1890, o conselheiro Rui Barbosa, então Ministro da Fazenda do governo Deodoro da Fonseca, ordenou que toda a documentação referente à escravidão no Brasil fosse incinerada, pois acreditava que tal se tratava de uma “mancha negra” na história do país, e que deveria ser apagada.
            A discussão é interminável: pesquisadores, folcloristas, historiadores e africanos procuram saber a origem da Capoeira. Seria ela Africana ou Brasileira?
            Alguns estudiosos defendem a origem indígena da Capoeira, de que os Portugueses, quando do descobrimento do Brasil, teriam presenciado os índios nativos divertindo-se jogando Capoeira. Na “arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil”, editada em 1595, há uma citação de que “os índios Tupis-guaranis divertiam-se jogando Capoeira”. Porém, esta é a teoria menos aceita.
            Outros estudiosos defendem a origem africana da Capoeira, afirmando que os negros africanos escravizados e trazidos ao Brasil já carregavam consigo a Capoeira como um de seus costumes. Existe quase uma unanimidade entre os pesquisadores de que os primeiros escravos trazidos para o Brasil vieram de Angola.
            Convém, no entanto, lembrar que vários pesquisadores e até mesmo capoeiristas estiveram na África, principalmente em Angola, e jamais encontraram vestígios de alguma luta parecida com a Capoeira; não existem nomes de golpes, nem de toques na língua africana.
            A teoria mais aceita pelos pesquisadores e capoeiristas é a de que a Capoeira foi criada no Brasil por escravos africanos. Da África teriam trazido seus costumes, música, religião, danças, e crenças, e aqui encontraram somente a escravidão, uma vida sofrida e reprimida, não possuindo armas suficientes para se defender dos inimigos e senhores de engenho. Movidos então pelo instinto natural de preservação da vida, descobriram no próprio corpo a essência da sua arma, a arte de bater com o corpo, tomando como base as brigas dos animais (coices, saltos, botes) e, aproveitando as suas manifestações culturais trazidas da África, criaram a Capoeira.
            A palavra Capoeira “caã puêra” é um vocábulo Tupi-Guarani que significa “mato ralo que foi cortado, extinto”.
            Ouviu-se falar de Capoeira durante as invasões holandesas, em 1624, quando escravos e índios, aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas. Os negros criaram os quilombos, entre os quais destacamos o famoso Quilombo de Palmares, cujo líder Zumbi era capoeirista, foi o maior e mais forte de todos.
            Após a abolição da escravatura, os então ex-escravos, assim como a Capoeira, foram duramente marginalizados, sendo a prática da mesma proibida por diversos anos, e liberada apenas em 1932, quando Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba) conseguiu fundar, na cidade de Salvador, a primeira academia oficial do Brasil.
            Hoje se pode praticar a Capoeira em todo o Brasil, e cada vez mais popular, também no exterior. A exportação de professores e mestres de Capoeira, assim como o surgimento de professores estrangeiros, faz da Capoeira uma grande alternativa profissional para qualquer praticante.

 Capoeira e sua Importância Pedagógica


            A Capoeira é uma excelente atividade física e de uma riqueza sem precedentes para ajudar na formação integral do ser. Ela atua de maneira direta sobre os aspectos cognitivo, afetivo e psicomotor. A sua riqueza estão nas várias formas de ser contemplada na escola, onde o educando, através de sua prática ordenada, pode assimilar e, assim, atuar nas linhas com as quais mais se identificar. Porém, existem diversas concepções de Capoeira. Dentre elas, citamos algumas.
            Capoeira Luta: representa a sua origem e sobrevivência através dos tempos, na sua forma mais natural, como instrumento de defesa pessoal genuinamente brasileira. Deverá ser ministrada com o objetivo de Capoeira – combate e de defesa.
            Capoeira Dança e Arte: a arte se faz presente através da música, ritmo, canto, instrumento, expressão corporal e criatividade de movimentos. É também um riquíssimo tema para as artes plásticas, literárias e cênicas. Na dança, as aulas devem ser dirigidas no sentido de aproveitar os movimentos da Capoeira, desenvolvendo flexibilidade, agilidade, destreza, equilíbrio e coordenação motora, indo à busca da coreografia dos alunos, tanto na parte prática como teórica.
            Capoeira Esporte: como modalidade desportiva, institucionalizada em 1972, pelo Conselho Nacional de Desportos, ela mesma deverá ter um enfoque especial para a competição, estabelecendo-se treinamentos físicos, técnicos e táticos.
            Capoeira Educação: apresenta-se como um elemento importantíssimo para a formação integral do aluno, desenvolvendo o físico, o caráter, a personalidade e influenciando nas mudanças de comportamento. Proporciona ainda um autoconhecimento e uma análise crítica das suas potencialidades e limites. Na Educação Especial, a Capoeira encontra campo frutífero junto aos portadores de deficiência.
            Capoeira Lazer: como prática não formal, através das “rodas” espontâneas realizadas nas praças, colégios, universidades, festas de largo, etc.
            Capoeira Filosofia de Vida: muitos são os adeptos que se engajam de corpo e alma, criando dessa forma uma filosofia própria de vida, tendo a Capoeira como elemento símbolo, e até mesmo usando-a para a sua sobrevivência.


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